Carlos Drummond de Andrade
Biografia:
Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear
parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no Colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas.
Poemas escritos por ele:
Alguma Poesia (1930)
Brejo das Almas (1934)
Sentimento do Mundo (1940)
José (1942)
A Rosa do Povo (1945)
Claro Enigma (1951)
Fazendeiro do ar (1954)
Quadrilha (1954)
Viola de Bolso (1955)
Lição de Coisas (1964)
Boitempo (1968)
A falta que ama (1968)
Nudez (1968)
As Impurezas do Branco (1973)
Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
A Visita (1977)
Discurso de Primavera e Algumas Sombras (1977)
O marginal Clorindo Gato (1978)
Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
A Paixão Medida (1980)
Caso do Vestido (1983)
Corpo (1984)
Eu, etiqueta (1984)
Amar se aprende amando (1985)
Poesia Errante (1988)
O Amor Natural (1992)
Farewell (1996)
Os ombros suportam o mundo(1935)
Futebol a arte (1970)
Livros infantis:
O Elefante (1983)
História de dois amores (1985)
O pintinho (1988)
Prosa:
Confissões de Minas (1944)
Contos de Aprendiz (1951)
Passeios na Ilha (1952)
Fala, amendoeira (1957)
A bolsa & a vida (1962)
Cadeira de balanço (1966)
Caminhos de João Brandão (1970)
O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972)
De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974)
Os dias lindos (1977)
70 historinhas (1978)
Contos plausíveis (1981)
Boca de luar (1984)
O observador no escritório (1985)
Tempo vida poesia (1986)
Moça deitada na grama (1987)
O avesso das coisas (1988)
Auto-retrato e outras crônicas (1989)
As histórias das muralhas (1989)
Representações na cultura:
Drummond já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Carlos Gregório e Pedro Lito no filme Poeta de Sete Faces (2002) e Ivan Fernandes na minissérie JK (2006).
Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 50,00 (cinquenta cruzados novos)
Atualmente, também, há representações em Esculturas do Escritor, como é o caso das estátuas 'Dois poetas',
além de um memorial em sua homenagem da cidade de Itabira.
Curiosidades sobre Drummond:
Reportagem da Folha publicada hoje descobriu alguns interlocutores postais do poeta. Conheça abaixo algumas curiosidades sobre essa faceta do escritor mineiro, assim como frases de um crítico, um acadêmico e um poeta a respeito.
- Escrevia na maioria das vezes à mão, mas também usava com frequência a máquina de escrever.
- Ao final das cartas, costumava assinar "Carlos" ou "Drummond". Às vezes usava "Carlos Drummond". Raramente assinava o nome completo.
- Era um exímio arquivista. Guardava a maioria das cartas que recebia
-quando necessário com anotações que ajudassem a lembrar a resposta que enviou.
- Também graças à faceta de bom arquivista, tem um dos maiores arquivos de correspondência pessoal do país, com 1.812 correspondentes. O inventário da correspondência de Vinicius de Moraes (também na Fundação Casa de Rui Barbosa) registra 714 correspondentes. O de Manuel Bandeira, no mesmo órgão, 132 correspondentes.
-Mário de Andrade, que dizia sofrer de "gigantismo epistolar" e foi um grande "amigo postal" de Drummond, é quem mais se aproxima do poeta. Em seu acervo no IEB (Instituto de Estudos Brasileiros) da USP, há registrados 1.644 correspondentes.
Para uma bela reflexão, Será que eu só sou aquilo que tenho? Será que eu sou apenas um anúncio? Abaixo, o poema "Eu, etiqueta" para refletirmos os nossos valores perante a sociedade.
Leia algo sobre Carlos Drummond hoje,
você descobrirá como a leitura nos
transporta ao passado, ao presente e pode nos levar até o futuro através da imaginação. Uma ótima leitura a todos.
Mari Ximenes