domingo, 18 de novembro de 2012

Desafio Literário - Manuel Bandeira


Desafio Literário Manuel  Bandeira


Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de sua esposa Francelina Ribeiro, era neto paterno de Antônio Herculano de Sousa Bandeira, advogado, professor da Faculdade de Direito do Recife e deputado geral na 12ª legislatura. Tendo dois tios reconhecidamente importantes, sendo um, João Carneiro de Sousa Bandeira, que foi advogado, professor de Direito e membro da Academia Brasileira de Letras e o outro, Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho, que era o irmão mais velho de seu pai e foi advogado, procurador da coroa, autor de expressiva obra jurídica e foi também Presidente das Províncias da Paraíba e de Mato Grosso.


As cinzas das horas carnaval e o ritmo dissoluto


"A cinza das horas, Carnaval e O ritmo dissoluto", mais do que os três primeiros livros de poemas de Manuel Bandeira, representam o conjunto harmônico de sua primeira etapa estilística, motivo primordial de sua publicação conjunta neste volume inicial das edições críticas de sua obra. 



As cinzas das horas


Primeiro livro de Manuel Bandeira, A Cinza das Horas, é marcado pelo tom fúnebre, e traz poemas parnasiano-simbolistas. São poesias compostas durante o período de sua doença. Do ano em que o poeta adoece até 1917, quando publica A Cinza das Horas, é que se daria a etapa decisiva e a inusitada gestação de um dos maiores escritores da língua portuguesa.

Segundo ele próprio, Manuel Bandeira, quando publica esse livro não tinha a intenção de começar carreira literária: "desejava apenas dar-me a ilusão de não viver inteiramente ocioso". O eu-lírico vivencia o ato de morrer à medida que (d)escreve sua agonia em seus versos que são seu sangue.


Carnaval


Manuel Bandeira publica em 1919 o seu segundo livro de poemas intitulado Carnaval. Nessa obra já faz uso do verso livre. Por isso, os modernistas viram em Manuel Bandeira um precursor do movimento Modernista.

Nessa obra percebermos que o poeta vai mais e mais se engajando com os ideais modernistas. Em Carnaval temos ainda o início da libertação das formas fixas e a opção pela liberdade formal, que se tornaria uma das marcas registradas de sua poesia.

Ritmo dissoluto

O Ritmo Dissoluto, obra publicada em 1924, na Segunda Fase Modernista, cujo título já indica tratar-se de um livro integrado ao espírito modernista, mostra a opção definitiva de Manuel Bandeira pelo corriqueiro, pelo cotidiano, como matéria poética. Na obra predomina do verso livre e à procura da “dissolução” da cadência rítmica tradicional. O Ritmo Dissoluto surgiu da nova estética, onde inseriu motivos e termos prosaicos na literatura. 

Em O Ritmo Dissoluto percebermos que o poeta vai mais e mais se engajando com os ideais modernistas, bem como na obra Carnaval.



"Amar: 

Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro."   Mário Quintana