domingo, 25 de setembro de 2011

Inferno

Esse livro tem uma história importante, eu e meu filho estávamos como de costume folheando alguns livros de títulos interessantes numa livraria evangélica no centro da cidade. Lemos o título "Inferno". Olhamos um para o outro e pensamos:
- Inferno ?! Numa livraria evangélica?
O livro era sugestivo, até a capa era vermelha, imediatamente queríamos abrir e ler o prefácio do livro rápido para saber de que "inferno" se tratava. E descobrimos naquele alvoroço em tentar saber o conteúdo daquele livro, descobrimos que se tratava de um garoto morador do estado do Rio de Janeiro em uma favela sem oportunidades, sem expectativas de se tornar um cidadão de bem. Pois a sociedade já o tinha abandonado. Estamos falando de Reizinho, um garoto de 11 anos. O livro inferno escrito por Patrícia Melo fala de uma realidade diária que acontece em muitos subúrbios de nossos estados em nosso país.


Inferno conta a saga de José luiz reis ( ou Zé luís para os mais íntimos ou até mesmo reizinho)
Entre piolho,sol,trambiques,gente boa,trapos,moscas,televisão,agiotas,plásticos,tempestades, diversos tipos de trastes,funk,lixo, o garoto que sobe no morro é José Luiz Reis ou Reizinho, subindo a rua de terra batida, 11 anos, pipa nas mãos, descalço
É nessa idade que Reizinho se envolve com o tráfico 

e a sua primeira tarefa é se posicionar em algum lugar estratégico do morro, observar o movimento, e avisar seu bando sobre a aproximação de qualquer pessoa estranha.
O estado de alerta em que ele precisava se manter nesse trabalho vai se tornar uma regra decisiva em sua vida:
Para sobreviver.
 - e, mas ainda para acender na hierarquia do crime
É preciso vigiar a si mesmo e aos outros. Em Inferno, entretanto o olho que de fato observa é a patrícia de melo, ao narrar o percurso de Zé Luís. O Reizinho.
- A infância pobre e, como a de todas as crianças repletas de fantasias; o modo como ela encaminha seus afetos, os cálculos que aprende a fazer para conquistar a posição de líder - A autora reconstrói a face católica do mundo. o caos neste caso manifesta-se sobretudo como violência
Seja dos tiros de metralhadoras, seja da gravidez indesejada dos adolescentes seja das amostras grátis que a patroa traz da Europa e dá de presente a uma empregada que jamais vai aprender a cozinhar salmão.
O Inferno não está apenas na periferia da cidade grande.
Na arquitetura inteligente deste romance, o percurso individual de Zé Luís é integrado a uma teia de histórias de amor, família,trabalho,crime e poder.
Nada escapa à perspicácia da autora, que explora cada fato do simples desejo de consumir determinadas marcas de iogurte a ter a receptação de armas contrabandeadas. Ingressando na vida do crime Reizinho chega a líder do morro.como a própria vida do personagem desenrola-se sua história em um clima tenso. O garoto que desejava obter algo de valioso em seu aniversário de 12 anos e a mãe que não tinha condições de lhe dar, resolveu lhe arrumar um estágio na empresa do seu patrão. Assim Reizinho iniciou seu primeiro trabalho contra sua vontade, e foi a partir deste momento que ele cometeu seu primeiro delito, cometendo pequenos furtos como desde de um insignificante grampeador até a quantia de R$ 300  da carteira da secretária. sendo assim demitido e passou a morar nas ruas, perdendo assim  referência com a sua família. Daí Reizinho se transforma em um delinquente e arquiteta o seu primeiro assalto. Usando como arma um gargalo de garrafa, parte para cima de um motorista que por ironia do destino se tratava da patroa de sua mãe. Frustrado com o fracasso do assalto Reizinho sobe mais um vez ao morro à procura de um traficante já que estava viciado em crack. Uma pedra maldita que tem destruído tantos lares ultimamente.

Enquanto Reizinho vivia o "inferno"das drogas da criminalidade da violência, sua imã adolescente carolayne mentia para sua mãe dizendo que ia fazer um curso de computação, porém na verdade estava se prostituindo dentro da própria casa enquanto sua mãe trabalhava para sustentar aquela família.
Inferno tem um enredo que mantém o leitor em permanente expectativa, com uma linguagem rápida e tensa, com um senso de humor que é também arma de crítica, Patrícia melo narra a história de um menino que queria ser rei. Não podemos prever o que acontecerá em seguida, mas sabemos que Reizinho não terá como voltar atrás.
 O que tem feito nossos governantes pelos nossos adolescentes?

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