sábado, 22 de setembro de 2012

Desafio Literário - Mário Quintana

Desafio Literário – Mário Quintana



Biografia de Mário Quintana

Mário Quintana, poeta e tradutor gaúcho nascido em Alegrete, em 30 de julho de 1906, morreu em 5 de maio de 1994, em Porto Alegre. Mário Quintana era filho de Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda, fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo, quando esta ainda era uma instituição eminentemente gaúcha, e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal. Mário Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis. Encontra-se sepultado no Cemitério São Miguel e Almas em Porto Alegre. Em 2006, no centenário de seu nascimento, várias comemorações foram realizadas no estado do Rio Grande do Sul em sua homenagem.




Trabalhou em vários jornais gaúchos. Traduziu Proust, Conrad, Balzac e outros autores de importância. Em 1940, lançou a "Rua dos Cataventos", seu primeiro livro de poesias. Ao que seguiram: Canções (1946) 
Sapato Florido (1948),
O aprendiz de Feiticeiro (1950),
Espelho Mágico (1951), 
Quintanares (1976), 
Apontamentos de História Sobrenatural (1976),
A Vaca e o Hipogrifo (1977), 
Prosa e Verso (1978), 
Baú de Espantos (1986)
Preparativos de Viagem (1987), além de várias antologias.

Baú de Espantos

Com Baú de espantos, Mario Quintana revisita sua infância e a própria poesia, buscando a valorização da experiência do cotidiano. A obra foi publicada em 1986, quando o poeta completou 80 anos.

Não foi sem razão que o próprio Mário Quintana denominasse este livros como Baú de Espantos, pois confessou também se espantar com o que havia dentro dele. Como escreveu Affonso Romano, ele vai dizendo coisas líricas e terríveis como essa.

Os poemas contidos no livro são o resultado de uma criteriosa seleção, procurando abranger todas as fases da produção do poeta e fornecer uma visão abrangente de sua obra. Entre eles estão alguns de seus versos mais conhecidos, aqueles que caíram no gosto dos leitores e se difundiram de boca em boca. Poemas como "As mãos de meu pai", "Bucólica", "Dorme ruazinha", "Surpresas" e "Vidas" estão entre eles e me parecem alguns dos altos momentos do poeta. Os poemas foram colhidos em diversos livros do autor.

A obra tem 99 poemas até aquela data inéditos, havendo inclusive escritos de sua juventude, como o poema "Maria", de 1923, quando ele tinha 27 anos, o que confere ao livro uma estrutura de rigorosa montagem e um caráter especial.

 O poeta expressava muito em seus poemas, temas como a vida e a morte, o mar, o amor, Deus, entre outras coisas. 


Dentre os poemas deste livro, destacam-se:


“Espantos”

Neste mundo de tantos espantos,
Cheio das mágicas de Deus,
O que existe de mais sobrenatural
São os ateus 


“De longe para longe”


[...] Viemos do fundo do mar
       No entanto estamos na lua...
       Mas como se há de parar?

      (Homens, sementes ocultas 
       Cujo sonho é germinar) [...]

“Os Degraus”


Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...






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